A Internet é a deusa do mundo tecnológico. É um assunto obrigatório nas rodinhas de bate-papo de estudantes, da galera do Orkut aos mais experientes – aqueles já de cabelos brancos - que aderiram à novidade, por entenderem que esse é um caminho sem volta.
Estão na moda os weblogs, sites que arremedam jornais eletrônicos e um tanto de coisas de difícil classificação. É a tal da nova mídia. Essa mídia que trouxe uma série de inovações, como uma mistura de sons, imagens animadas, texto... aquilo que os acadêmicos estudam nas aulas de Jornalismo Online.
A Internet parece não ter limites. Todo dia há milhares de sites pipocando por aí. Grande parte deles, de entretenimento e de jornalismo – webjornalismo. Notícias aos montes. Mas, são confiáveis? São fontes seguras de informação? Merecem credibilidade?
Acontece que uma das características do webjornalismo é a veiculação da notícia em tempo real. E a todo momento tem que ter uma notícia nova. Parece um culto à quantidade, em detrimento da qualidade. E a apuração, o compromisso com a veracidade da informação?
Uma rápida busca na web vai revelar a existência de um sem número de sites de “noticiário regional”. No fim do dia, nota-se que estão recheados de notícias de agências (a maioria das informações já foi dada pelo Terra, Folha Online, Estadão...) E a produção do noticiário regional? Falta estrutura, falta equipe, falta competência?
Outra questão: no curso de jornalismo aprende-se que é preciso checar as informações, que devem ser ouvidas diversas fontes, que é preciso dar voz aos dois lados envolvidos no fato noticiado... Isso é cumprido pelo webjornalismo?
O presente artigo tem o objetivo de provocar uma reflexão. Especialmente entre os futuros jornalistas, para que não se contaminem pela falta de ética de alguns veículos. Artigo publicado no site Jornalismo na Internet revela que o Globo online apresenta anualmente uma mensagem afirmando que “não basta publicar uma notícia na Internet. Deve-se manter a ética profissional de investigação e apuração do fato assim como se faz para qualquer mídia”. Joyce Jane, editora-chefe do Globo online, disse no fórum de discussão sobre a luta entre a velocidade e a qualidade da informação no site www.hipermidia.net que "os jornalistas online não podem simplesmente correr a notícia pela notícia só para ser o primeiro. No longo prazo, a velocidade acaba prejudicando a credibilidade do veículo e ele acaba não conseguindo se manter no mercado.”
Há muito para refletir, discutir e mudar. Afinal, credibilidade é tudo. E o antigo ditado popular permanece mais atual do que nunca: A pressa continua a ser a fiel companheira da imperfeição.
O Blog entrevistou, por e-mail, o editor do site Caarapó News, André Luís Nezzi de Carvalho. O veículo mistura entretenimento e notícia, com espaço para fotos e os populares “torpedos”. O editor assina ainda uma coluna com o título “Fatos & Boatos”, mas que na verdsade contém mais boatos do que fatos.
Sobre credibilidade do jornal online, André Nezzi afirma que o webjornalismo goza de credibilidade, “pois, com a evolução tecnológica, os jornais on-line vieram para ocupar o seu espaço e hoje em dia é fácil perceber vários portais com conteúdos de qualidade, a exemplo do Terra e Uol, ou até mesmo a Folha online, que, graças à Internet, chegam ao alcance de todos, com matérias em primeira mão e de muita credibilidade”. Ele afirma ainda que, antes de postar a notícia no site, busca checar a veracidade dos fatos. Mas admite que “talvez uma ou outra vez a gente acabe se equivocando, mas isso acontece em todos os meios.”
Segundo Nezzi, a equipe do Caarapó News é composta por seis funcionários – um editor, um werbmaster e designer, um técnico em manutenção, dois fotógrafos e uma repórter. Nenhum jornalista. Questionado se já publicara notícias que não eram verdadeiras, ele declarou que “devido a uma falha de comunicação, acabamos noticiando que uma senhora havia falecido, quando na verdade a mesma ainda esta bem viva”. O dono do Caarapó News diz ainda que, no caso de equívocos, o site publica uma nota esclarecendo o erro e “pedindo desculpas”.
Sobre qual mídia tem mais credibilidade, Nezzi observa que isso depende do veículo de comunicação. “Tem rádios com muita credibilidade e outras não, assim como TVs e sites na Internet, depende dos jornalistas e de cada equipe. Na minha opinião, o veículo de comunicação de credibilidade é aquele que não tem rabo preso com patrocinadores, governos, etc...”
André Nezzi define o site que administra como um veículo especializado em baladas e entretenimento. “Estamos sofrendo um pouco no início para nos adaptar ao conteúdo jornalístico, mas estamos nos informando e nos preparando para que, aos poucos, a gente alcance um resultado satisfatório. Hoje ainda acho que temos mais cara de entretenimento do que jornalístico. O ideal é atingirmos o meio-termo, e com certeza chegaremos lá.”
Já o analista de sistemas Carlos Cezar Scalco, que afirma assistir aos noticiários de praticamente todos os canais de TV, diz que acredita igualmente na veracidade das informações do jornalismo impresso e da televisão, “mas depende da fonte”. Quanto ao webjornalismo, ele declara que, apesar de acessar pouco os sites regionais, confia neles. “Infelizmente, por falta de pessoal, dinheiro ou interesse, boa parte deles não tem a dinâmica na atualização das notícias, principalmente no período noturno”, observa.
“Assisto a praticamente todos os noticiários da TV. No horário do almoço assisto ao noticiário local da Globo e quando tenho tempo vejo o Jornal Hoje, no período da tarde começo pelo Jornal da Band, depois passo pro Jornal Nacional, depois aguardo até o Jornal da Rede TV começar”, explica. Ele acrescenta ainda que todos são confiáveis, resguardadas as devidas proporções. “Costumo observar as diferentes opiniões acerca de um mesmo fato. Em alguns casos, a notícia simplesmente é ‘esquecida’ de ser transmitida em determinado canal”, comenta.
Scalco revela que a mídia com mais credibilidade é a TV, pois inventar alguma notícia e dar crédito a ela pela TV seria necessário muito dinheiro, ou uma boa história, essa parte os políticos conseguem com facilidade. “O jornal você mesmo pode imprimir alguma coisa, e a internet nem se fala, você mesmo pode criar um site de jornalismo, aliás você tem um. Agora, um canal de TV tem uma abrangência maior de classes, muitas pessoas que não lêem jornais nem acessam a Internet vêem televisão. Voltando ao ponto da primeira pergunta, tudo depende da fonte, de que adianta você assistir a programas de fofocas tipo TV Fama?”, observa.
O analista de sistemas afirma que possui “senso extremamente crítico”. “Como recebo notícias durante o dia pela Internet, depois assisto a quase todos os jornais na TV, sempre acabo recebendo a mesma notícia com várias versões. Sempre comparo, não somente os noticiários de TV entre eles, comparo também com as notícias que vi pela Internet. É interessante você ver como algumas das notícias são dadas em diferentes canais, tudo depende do apresentador e a postura do canal. Gostava muito dos editoriais da TV Bandeirantes, mas após alguns aportes que ela andou recebendo, seus editoriais andam bem “calmos” atualmente. Certa vez fui saber de uma notícia de um processo contra a Globo somente na Rede TV. Os outros canais nem comentaram. A Bandeirantes em geral comenta inclusive sobre seus processos, mas não entra em detalhes”, argumenta.
Outro entrevistado do Blog foi o estudante do primeiro semestre de Jornalismo da Unigran, José Carlos dos Santos. Ele declara que, de uma maneira geral, confia no noticiário online. “É o meio mais prático em nossos dias para tomarmos conhecimento dos fatos que ocorrem em nosso município, estado, nação e no mundo. O avanço tecnológico nos permite tomar conhecimento dos acontecimentos praticamente na hora em que se deu o fato, bem antes dos demais meios de comunicação”. Ele observa que nem todos têm tido o compromisso de divulgar, de informar com imparcialidade os fatos, "infelizmente alguns estão nas mãos de pessoas sem conhecimento de causa, com interesses particulares ou políticos, deixando a desejar neste veículo tão importante e necessário em nosso dia-a-dia".
“No pouco tempo que me sobra, costumo assistir aos telejornais da Globo, SBT e Record e acho que o SBT é mais confiável”, comenta. “A gente aprende na faculdade que a notícia tem que ser transmitida com imparcialidade, mas na atualidade a maioria das mídias está nas mãos de pessoas ou grupos que, de uma maneira ou de outra, não permite o exercício de fato da liberdade de expressão, estão presos a interesses próprios ou políticos”, critica. Ele explica ainda que costuma dar crédito ao noticiário. “Dependendo do caso, assisto em um outro canal para apurar melhor a veracidade do fato, como o caso do deputado Clodovil com sua colega deputada”, exemplifica. “Para quem acompanhou o caso, fica a pergunta: o deputado ofendeu ou não ofendeu?,” conclui.
O Blog ouviu também o servidor público Marcelo do Nascimento Silva, da prefeitura de Caarapó. Ele afirmou que acessa poucas vezes o noticiário online, mas acredita na veracidade das notícias transmitidas nos sites que conhece. Na televisão, o seu noticiário preferido é o Jornal Nacional, da TV Globo. “Às vezes, há exagero nas chamadas, percebo um certo sensacionalismo, mas é confiável”, declara.
Silva afirma também que, na sua visão, o meio mais confiável é a TV. “A televisão tem mais tempo para apurar os fatos, em comparação ao rádio e à Internet, que têm de dar a notícia na hora, sem muita apuração”, explica.
E você? Qual a sua opinião sobre credibilidade no jornalismo online?

2 comentários:
Ola Dilermano interessante essa matéria, mas vale ressaltar que chega até ser covardia querer comparar alguns veiculos de internet. principalmente os regionais com a TV, cara só eu sei quantas vezes tirei dinheiro do bolso para manter o site no ar, ou seja falta estrutura para se ter uma equipe com mais qualidade, impossivel hoje em Caarapó por exemplo vc manter um meio de comunicação independente, sem vc ter parceria por exemplo com a prefeitura, ou camara municipal, o comércio e as empresas de nossa cidade são pobres e infelismente isso dificulta muito o trabalho, claro que nós gostariamos de contar com jornalistas em nossa equipe, mas Caarapó sequer tem 1 formado, e outra duvido que algum formado se interessaria em ganhar o que temos condições de pagar. O site abriu as portas para alguns universitarios, mas todos eles não mostraram interesse em fazer matérias ou contribuir para um jornalismo mais sério, o espaço continua aberto. Óutra coisa nem as emissoras de radios de nossa cidade e até mesmo as grndes de Dourados contam com equipes qualificadas de jornalistas, algumas sequer tem jornalista, dai vc ve a dificuldade nesse sentido, mas infelismente temos que encarar a realidade. Mas para vc ver mesmo com todo esse amadorismo o Caaraponews bate de goleada em numero de acessos a sites como a GazetaNews jornal de amambai, cidade maior que Caarapó, FatimaNews jornal eletronico de fatima do sul que ja faz muito tempoque esta nomercado, enquanto nós estamos apenas a 4 meses, e na verdade eu acho que é esse nosso jeito meio amador que agradaos internautas, pois o CaarapoNews tem liberdade tanto para criticar quanto para elogiar a administração do municipio, os seus vereadores e deputados, governador etc... diferente de outros meios decomunicação que são pagos para apenas falar bem. Quanto a coluna Fatos & Boatos que vc cita, e diz ser mais boatos do que fatos, eu discordo a grande maioria são fatos sim, por exemplo no episodio do secretario de saude eu tenho certeza que era verdade, é uma pena quen ão posso te falar as pessoas que confirmaram aquilo, vc ficaria de boca aberta, eno mais basta vc pegar tudo que eu coloquei la e vera que mais de 70% realmente aconteceu, acho que vc mais uma vez foi infeliz nessa parte. No mais parabens pelo Blog e quando precisar estou a disposição para quaisquer esclarecimento sobre como funciona o nosso site.
Ah me esqueci de uma coisa.
Eu entendo a posição de vcs estudantes de jornalismo, é complicado ver alguem que não seja profissional atuando na area de vcs, isso acontece na minha profissão tb de turismologo, por exemplo nas agencias de viagens o pessoal prefere contratar pessoas não capacitadas da area para poder pagar menos, nas secretarias de turismo Brasil a fora a grande maioria dos secretarios estão la por acordos politicos, exemplo a de Caarapó onde a chefe do departamento de turismo não tem nada haver com a area, e olha que Caarapó tem hoje mais 4 profissionais nessa area, o secretario de saúde não é medico, nem nada do genero, eu tb ja briguei muito por isso nos meus tempos de faculdade, o que falta para nossas profissões é uma união maior e orgãos que nos representes assim como o advogado tem o OAB o arquiteto tem o CREA, minha intenção no site é sim ter alguem formado, até para se ter mais credibilidade, mas como eu disse em Caarapó, ninguem é formado e não temos condições tb de pagar o que muitos querem receber e com direito, mas aos poucos a gente chega la, como eu disse o Caaraponews tem apenas 4 meses e toda pequena empresa encontra dificuldades no seu inicio. E nós em 4 meses ja chegamos a um ponto de sermos cobrados como um meio de comunicação grande, ja sabiamos que isso aconteceria, só não esperavamos que fosse tão rapido, isso talvez se deva a sucesso do site, e agora esse é o nosso desafio de profissionalizar o nosso site.
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